Sabe aquela sensação gostosa de ter um lugar seu, onde você pode contemplar a melhor paisagem, curtir a brisa suave, acordar com o sol gostoso no rosto...(?) Onde você passaria com contentamento o resto dos seus dias.
Pois é!!! Sabe onde isso começa? Na escolha adequada do seu terreno.
E mesmo que o seu terreno seja um terreno urbano, com construções ao redor, e sem belíssimas vistas naturais é possível fazer escolhas mais adequadas para as suas necessidades. Vou te dar várias dicas sobre isso até o final desse artigo.
O que você precisa realmente considerar quando for escolher o seu terreno:
A Posição Geográfica:
A posição geográfica é exatamente a posição terrestre do terreno. É a latitude e longitude.
Essa informação é conseguida por meio de Mapas Cartográficos, GPS (GEO POSITION SYSTEM), ou levantamentos planialtimétricos com equipamentos como Estação Total.
De forma bem mais simplificada o próprio Google Maps pode fornecer a informação para quem tem facilidade com mapas.
Essa informação é A INFORMAÇÃO FUNDAMENTAL DE TODO TERRENO, porque ela caracteriza e define o seu terreno em relação ao Sol.
Ela vai determinar se o seu sol da tarde é bom ou ruim, se seu terreno precisa de mais ou menos luz, em que horas e quantos dias por ano.
Ela determina o caminho que o sol faz sobre o seu terreno durante o ano, e pela máscara solar (carta solar) do terreno pode-se definir qual o melhor posicionamento do edifício dentro do terreno.
Máscara solar latitude 20S
Norte do Terreno/Edifício:
Em conjunto com a posição geográfica a posição do terreno em relação ao Norte vai dizer onde e como deve-se abrir e fechar o edifício a fim de permitir, ou impedir a entrada excessiva de luz e calor.
Relação máscara solar latitude e posicionamento da edificação
Essas duas informações são fundamentais para a escolha de terrenos e para a definição de como o edifício deve ser implantado.
Se elas forem bem utilizadas é possível economizar muito dinheiro na hora de pagar as contas de energia. E o melhor, elas não custam nada a mais! Só precisam ser bem interpretadas.
A posição em relação ao norte ainda deve ser considerada caso você tenha interesse em implementar geração de energia a partir do sol, ou aquecimento de água com coletores solares.
O norte é a direção que vai permitir a melhor captação de radiação solar, na região de latitude 20 S (Vitória-ES), por exemplo.
É importante verificar se o posicionamento do terreno em relação ao norte vai colaborar, ou se pelo menos não vai prejudicar a instalação das placas solares, considerando os dados do seu entorno construído e natural.
O Entorno:
Sobre o Entorno é importante que você, sempre que possível, opte por um terreno que lhe permita pelo menos um ponto de visada contemplativo, para que você tenha esse espaço de repouso físico e espiritual dentro da sua casa.
Um lugar pra perder a vista. O tempo. Se colocar como parte do todo. Ok?
Pelo menos um ponto.
Eleja esse ponto, mesmo que seja a vista de uma parte da rua, e exija a valorização desse ponto do profissional que projetará a sua edificação.
E aí fique atento a possíveis futuras alterações na sua paisagem.
O Relevo:
Outro ponto muito importante que deve ser analisado é o relevo do terreno.
É comum que as pessoas, você e muitas outras, tenham medo dos terrenos acidentados, quando na verdade o maior medo na hora de escolher os terrenos deveriam ser outros.
Nem todo terreno é plano!!! Na região de Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Jerônimo Monteiro, Venda Nova do Imigrante, por exemplo, a grande maioria dos terrenos disponíveis para ocupação estão em condição de aclive (subida) ou declive (descida). E você precisa saber escolher a melhor situação, para não desperdiçar dinheiro.
A primeira ideia que passa pela nossa cabeça quando pensamos em comprar um terreno inclinado é cortar o terreno, mas cuidado!
Além de gastar dinheiro com horas de máquina desnecessárias você pode estar tomando a decisão mais errada da sua vida!
Jamais compre um terreno, seja pelo preço que for, para cortá-lo e deixá-lo aberto, mesmo que você tenha um primo com uma super escavadeira parada no quintal.
Você terá grande chance de estar criando um problema enorme para sua vida – EROSÃO DE TERRENOS – no mínimo. Sem contar as possibilidades de desmoronamento no seu terreno e no terreno dos vizinhos.
Entre os terrenos em aclive e declive existem várias questões que precisam ser analisadas: o acesso, a vegetação existente, a ventilação, a vista, e a logística da movimentação de terra.
E aqui vou te dar outra dica: consulte sempre um profissional da Agrimensura com experiência para lhe ajudar a montar um plano de corte e transporte do material.
Em alguns casos o volume de movimentação sozinho pode inviabilizar economicamente o seu sonho. E todo material retirado do terreno deve ser depositado em destino final devidamente licenciado.
Agora vou apontar pra você formas de ocupar esses terrenos, suas vantagens e também suas desvantagens. E lá no final vou dar a minha opinião pessoal, ok?
Edificação elevada do solo sobre pilotis ou em balanço;
Vantagens:
Mínimo impacto sobre o terreno natural;
Volume mínimo de corte do terreno;
Total liberdade para aberturas de ventilação e iluminação;
Espaço remanescente utilizável sob a edificação;
Fácil implantação em terrenos de inclinação muito acentuada.
Desvantagens:
Limitações em relação ao acesso da edificação;
Sistema estrutural mais complexo e mais caro;
A estrutura tende a ter um impacto visual negativo se não for bem escolhida e desenhada.
Edificação em cascata, com uma sucessão de níveis acompanhando a inclinação do terreno;
Vantagens:
Pouca interferência no terreno natural;
Pouco volume de corte;
Liberdade para aberturas de ventilação e iluminação;
Possibilidade de acesso direto a todos os níveis.
Desvantagens:
A circulação interna vai exigir escadas ou rampas.
Edificação implantada sobre um platô escavado;
Vantagens:
Impacto visual mínimo / edificação discreta;
Isolamento térmico e acústico natural;
O espaço sobre a edificação pode ser utilizado como terraço, garagem, jardim, etc;
Privacidade.
Desvantagens:
Grande volume de corte;
Limitações em relação ao acesso da edificação;
Limitações para aberturas de ventilação e iluminação;
Necessidade de maior cuidado com impermeabilização de paredes em contato com solo.
Edificação implantada sobre um platô criado por corte e aterro.
Vantagens:
Facilidade de acesso à edificação;
Liberdade para aberturas de ventilação e iluminação;
Liberdade para ampliação da área plana externa.
Desvantagens
Grande interferência no terreno natural;
Grande volume de corte e aterro;
Necessidade de obras de contenção;
Risco de instabilidade de aterros e taludes.
Minha opinião pessoal:
Vou apontar agora pra você o que a minha experiência me ensinou sobre terrenos em declive, em regiões MUITO ACIDENTADAS.
A primeira vantagem do terreno em declive é a facilitação do acesso.
As ruas estão acima do nível do terreno e você muitas vezes pode aproveitar o próprio terreno para rampas e escadarias e guarda de veículos.
A segunda vantagem é que fica infinitamente mais fácil manter a vegetação natural em um terreno em declive que em aclive. Porque você pode suspender a construção do chão, reduzindo os cortes do terreno e da vegetação. E, quando cortado, boa parte da vegetação permanecerá abaixo do nível do corte, o que em situação de intemperes severas trás muito mais segurança.
No caso de um vendaval, por exemplo, você estará mais assegurado que o vento não tombará nenhuma árvore sobre sua casa, diferente se a vegetação estiver acima do nível do corte do terreno ou da casa.
A terceira vantagem se dá exatamente pela possibilidade de descolamento da casa do terreno o que facilita muito a ventilação e reduz significativamente a preocupação com impermeabilização por contato com o solo.
Esse mesmo fator pode assegurar que você permanecerá com a vista principal aberta, e que outra construção não irá impedir a contemplação da paisagem escolhida. O seu entorno.
Por último outra grande vantagem é a facilitação quanto a movimentação de terra.
Os terrenos em declive podem reduzir muito a necessidade de corte de terrenos.
Quem vai lhe apontar a necessidade ou não de cortar o seu terreno e em que proporção é o profissional que você irá contratar para analisar a situação com olhar técnico. Ok?
Agora atenção para o que você realmente precisa temer:
Em muitos casos, nas cidades pequenas, a municipalidade acaba por fazer vistas grossas sobre a execução de loteamentos a fim de não inviabilizar o empreendimento e quebrar as pernas de quem está fazendo o loteamento. Mais vale o crescimento a moda "vão se embora" que qualidade de vida e de serviços.
Entretanto é responsabilidade do empreendedor entregar o loteamento com toda infraestrutura: calçamentos, iluminação, drenagem... assim como a documentação.
Se isso não estiver sendo oferecido ao terreno que você está namorando você precisa saber que quem vai arcar com o ônus de tudo isso é VOCÊ! Seja do seu próprio bolso, seja permitindo que a municipalidade invista dinheiro de impostos em melhorias que já deveriam ter sido feitas.
Tudo com muito mais transtorno, inconveniências e demora.
REPENSE!!!
REJEITE o que não for bom para você!!!
RECICLE suas idéias sobre terrenos!!!
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Ainda tem dúvidas??? Entre em contato!!!
AbraSasso!!!
Bibliografia e fonte de imagens:
http://altaarquitetura.com.br/terreno-acidentado-dicas-projeto-aclive-declive/
http://arqemanuellemelo.blogspot.com.br/2011/07/casas-em-terrenos-irregulares.html
http://www.mixdenoticias.com.br/como-escolher-o-terreno-certo-para-comprar/
http://blog.grupoladrillo.com.br/tag/declive/
https://folhaazero.wordpress.com/2008/10/28/trabalhando-com-carta-solar-ii/
http://www.sigmainovar.com.br
https://batalhaspelomundo.com.br/2013/07/31/aterrissando-em-paris-champs-elysees-e-o-arco-do-triunfo/