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  • Foto do escritorAriane Sasso

O seu edifício colabora com as Doenças de Inverno?


Neste ano de 2016, o surto de gripe A (H1N1), gripe suína, começou bem mais cedo, e embora nos passe despercebido, o ambiente interno, que nos proteje do frio é o mais propício para a disseminação desse vírus e de várias outras doenças.

No Espírito Santo até o final de abril havia 33 casos confirmados da doença, 15 mortes cujas relações estavam sendo investigadas e 5 mortes confirmadas.

No dia 15 de maio a professora Patrícia Ferrari Laporte, de 46 anos, Colatina foi vítima fatal do vírus H1N1.

Significa dizer que estamos falando de um vírus letal, que se aproveita da aproximação das pessoas ocasionada pelo inverno para se disseminar.

“A gripe se prolifera mais no inverno porque é uma época na qual as pessoas ficam mais próximas e em locais fechados. Estamos no outono e apesar das temperaturas estarem bem mais altas do que as médias de anos anteriores, as pessoas se esquecem de ventilar suas próprias casas e ainda há o costume de deixar os ambientes que convivemos muito fechados. Devemos ficar atento a maior forma de transmissão do vírus da gripe que é por via aérea. O vírus influenza transmite-se facilmente de pessoa para pessoa através das gotículas dispersas no ar emitidas com a tosse ou com os espirros. Se não houver circulação de ar ou renovação, este ar contaminado com o vírus pode ser inalado por outra pessoa. Poderíamos até inferir que São Paulo está tendo mais casos de gripe H1N1 por ter mais prédios fechados e com sistema de ar condicionado. Vejam como a qualidade do ar interno dos edifícios pode colaborar aumentando os casos de pessoas infectadas!”

Sendo assim o espaço da arquitetura precisa ser cautelosamente planejado para nos ajudar a nos manter saudáveis.

Segundo Eleonora Zioni, consultora GBC Brasil, “a prevenção não se limita a tomar a vacina. Não podemos nos assustar mas temos que evitar a contaminação nos ambientes públicos que frequentamos. Devemos lavar muito bem as mãos com água e sabonete para evitar a contaminação por contato com o vírus. Este já é um indício que nos mostra como as edificações interferem na doença. Quanto mais lavatórios bem posicionados, mais as pessoas se lembrarão de lavar as mãos. Alguns shoppings centers (...) tem reformado a área da praça de alimentação colocando lavatórios com pia, sabonete líquido, papel toalha e lixeira. Lavar as mãos antes de comer é essencial, assim como é muito importante evitar colocar as mãos sujas nos olhos, nariz e boca.”

O H1N1 não é o unico vilão da saúde relacionado à aproximação e falta de ventilação de ambientes internos no inverno.

A meningite, causada por bactérias, além de rápida é também letal, e os surtos regionais colocam a população em pânico cada vez que aparecem.

Outra situação particularmente difícil, mas não exclusiva dessa época do ano, é a situação dos ambientes utilizados por muitas pessoas. Locais onde a possibilidade de contágio, a quantidade de pessoas e a exposição forçada aos riscos intrínsecos ao local aumentam muito as chances de contágio.

“Em locais com grande circulação de pessoas como shopping centers, edifícios de escritórios, escolas, estações de metrô e hospitais, o ideal seria que o sistema de ar condicionado tivesse filtragem e taxas de renovação de ar externo mais altas, como preconizadas em edificações sustentáveis e com certificação ambiental LEED. Como infelizmente não temos todos os prédios climatizados seguindo essas recomendações, devemos preventivamente abrir as janelas para circular o ar nestes locais; se houverem janelas operáveis para ventilação natural, é claro. Essa é outra evidência que mostra a parcela de responsabilidade de um bom projeto na qualidade do ambiente construído, e como os prédios podem sim influenciar no aumento do surto da gripe e outras doenças.”

Então nos deparamos com a nossa realidade:

Quem está decidindo sobre os sistemas de condicionamento de ar do seu edifício?

Você? O vendedor de aparelhos de ar condicionado? Ou há alguém que tenha informações sobre os benefícios, e também sobre os perigos que o sistema de climatização podem trazer lhe ajudando nessa tarefa?

Na grande maioria das vezes procuramos informação sobre o preço do equipamento, forma de montagem, se precisa de dutos, ou apenas tubos, até se é bonito, mas esquecemos das informações sobre a troca, a filtragem, a umidificação, e a refrigeração do ar.

Definido o ambiente que será refrigerado você deve se preocupar se há necessidade ou não da troca do ar interno, quantas vezes e em quanto tempo.

Ambientes hospitalares e de saúde em geral precisam renovar todo ar interno de suas salas entre 6 e 12 vezes por hora.

Igrejas, bibliotecas, onde há grande concentração de pessoas, de 15 a 25 vezes por hora.

Salas de conferência entre 25 e 35 vezes.

Sistemas Split sem troca de ar externo pode ser perigoso nesses locais.

As creches são fábricas de pequenos doentinhos nessa época do ano, exatamente por isso. Os berçários necessitariam de 10 a 15 trocas totais de ar por hora, mas na maioria das vezes as janelas estão completamente fechadas.

Não é fechar as janelas! É ter a orientação correta sobre a necessidade ou não de um aparelho que climatize para frio e para quente, e ainda faça a troca de ar interno com o externo.

Cuide da saúde da sua família!

Nunca, jamais, utilize um aparelho condicionador de ar que não lhe ofereça filtragem anti bactéria, porque no próprio aparelho existe situação muito favorável para a instalação da Legionella pneumophyla. Procure alguém para lhe informar qual o melhor tipo de filtragem disponível. E faça a manutenção de rotina, pelo menos uma vez por ano.

A Legionella, tem elegância européia, é uma bactéria discreta, mas furiosa. E, definitivamente, não vive só na Europa.

“No Brasil não há uma grande preocupação com a bactéria Legionella, diferentemente de outros países que possuem legislação e normas técnicas obrigatórias para minimizar o seu risco. Esta bactéria vive na água, ou seja, ela está no meio ambiente e pode provocar no ser humano a enfermidade conhecida como mal dos legionários. Das doenças documentadas, há desde uma febre muito alta e sintomas similares aos da gripe (conhecida como Febre Pontiac) até uma pneumonia atípica que pode ser leve ou gravíssima chegando a levar ao óbito. A Legionella provoca exclusivamente doenças respiratórias e, para isso, é necessário que o hospedeiro aspire pequenas partículas de água contaminadas com a bactéria.

Para que o hospedeiro respire ou inale a Legionella, a água deve estar como aerossol ou ter sido aspergida em forma de spray.” E isso os aparelhos de ar condicionado fazem muito bem!!!

No trabalho avalie: Quantos de seus funcionários rendem menos, ou faltam o serviço por causa do ar condicionado? As alergias, rinites, sinusites??? As inflamações oculares, e as conjuntivites? O prejuízo é muito maior que o preço de uma manutenção bem feita.

Uma dica especial para os colegas que trabalham na manutenção dos equipamentos de ar condicionado, utilizem sempre máscara e se possível luvas durante o serviço de manutenção, assim você evita aspirar as gotículas e não contamina os olhos, boca e nariz pelas mãos.

O ambiente construído ainda pode nos defender de doenças de longo prazo relacionadas a composição químicas dos produtos, materiais e equipamentos que utilizamos dentro de casa, e do nosso ambiente de trabalho, mas isso é assunto para outra conversa.

 

REPENSE!!!

REJEITE o que não for bom para seus negócios e sua família!!!

REDUZA os erros na hora da sua compra!

Fique ligado e informado. Boa arquitetura também é saúde!!!

Gostou? Repasse para seus amigos!!!

AbraSasso!!!

 

Para saber mais sobre a Legionella acesse:

Bibliografia:

http://blog.gbcbrasil.org.br/?p=1694 em 04/06/2016

http://www.setri.com.br/artigos/02_verdades_mentiras_legionella-SETRI.pdf em 04/06/2016

http://www.setri.com.br/artigos/07_legionella_seus_%20riscos.pdf em 04/06/2016

http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2016/05/professora-morre-com-suspeita-de-h1n1-em-colatina-es.html

em 08/06/2016

http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2016/04/h1n1-governo-confirma-cinco-mortes-no-espirito-santo.html

em 08/06/2016

Ferrão, Ariane Louzada Sasso. Facilities: Ambientes inteligentes e eficientes em pequenas edificações, 2014, Brasília

NBR 6675/1993: Instalação de condicionadores de ar de uso doméstico (tipo monobloco ou modular)

NBR 7256/2005: Tratamento de ar em estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) - Requisitos para projeto e execução das instalações NBR 16401/2008:Instalaçãoes de ar condicionado - Sistemas centrais e Unitários. Partes 1, 2 e 3.

 

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